Do acordar até a hora de dormir, o celular nos acompanha em todos os momentos da vida, às vezes, até durante o sono. São arquivos, fotos, contatos e ferramentas que, se perdidos repentinamente, atrapalham o andamento do trabalho, a administração da vida financeira, as relações pessoais e até do lazer das pessoas que usam o smartphone para ver séries, jogar, ouvir música.

Quando o celular é roubado, quebra ou é perdido, se o dono foi cauteloso, nem tudo está perdido. É possível adotar uma estratégia para preservar informações, fotos, senhas e sua vida digital de acidentes caso o pior aconteça. Como prevenir é sempre melhor que remediar, o GLOBO preparou um guia completo a partir de dicas de especialistas e também com as ferramentas e configurações dos sistemas operacionais mais usados — Android, do Google, e iOS, da Apple —, para evitar ou minimizar problemas se o celular não puder ser recuperado.

Afinal, só no Rio de Janeiro, mais de cinco celulares são furtados ou roubados a cada hora, apontam dados de janeiro do Instituto de Segurança Pública do estado. No caso dos furtos, quando o aparelho é levado sem abordagem violenta ou ameaça, os números subiram 40% em relação ao primeiro mês de 2022. A perda, sem dúvida, ultrapassa o valor material do aparelho.

Além de ajudar a recuperar as informações do celular, adotar uma estratégia prévia de segurança evita que dados sensíveis caiam nas mãos de criminosos.

Ser cuidadoso de antemão também reduz as perdas caso um o aparelho sofra um “acidente”, quebrando ou caindo na água, por exemplo. Confira, abaixo, o passo- a-passo para proteger seu aparelho.

Precauções básicas

Especialistas recomendam um gasto extra para a proteção do aparelho. No “kit básico” uma boa capa e uma película para a tela.

No mercado, há diversas opções de modelos e materiais de capas, como silicone, couro e policarbonato. Entre as películas, também há diferentes formatos e matérias-primas: vidro, gel, líquida, 2D, 3D, entre outras. A melhor escolha varia de acordo com o modelo do celular.

Ative o sistema de localização do celular

Outra medida de precaução é ativar no sistema operacional do aparelho a opção que permite acessar a localização do celular. A mesma ferramenta dá ao proprietário a possibilidade de bloquear e/ou limpar o aparelho de forma remota. Para isso, é necessário ativar o recurso Buscar, no iOS, ou Encontre Meu Dispositivo, no Android.

Bloqueio de tela

Opte por senha que combine letras e números para desbloquear a tela, é o mais seguro, além da digital. Diminua o tempo de ativação para bloqueio, isso reduz a chance de acesso ao celular desbloqueado. Altere na na aba de configurações, na opção “tela” e, em seguida, “suspender”. Por segurança, notificações não devem exibir conteúdo. A opção costuma ficar na aba “segurança”.

Redobre atenção a senhas

Para aumentar a segurança, não repita senhas em sites e aplicativos, principalmente, nas contas que “regem” a operação do aparelho, como Conta do Google ou ID Apple. Sempre opte por verificação em duas etapas, que exige além da senha um código de segurança. Para recuperar senhas, opte por o código ou link de “esqueci minha senha” pelo e-mail ao invés da mensagem de texto por SMS e use um endereço que não esteja cadastrado no celular.

Você sabe o número do IMEI do seu aparelho? Ele pode ser muito útil

Saber o número IMEI , equivalente uma identidade do aparelho, é uma forma importante de proteção. Com o número em mãos, é possível bloquear o aparelho junto à operadora e registrar a ocorrência na polícia. O código serve ainda para cadastrar o dispositivo em um seguro. Para saber o IMEI, basta seguir até os ajustes do aparelho, no guia de informações ou “sobre”. Ou discar *#06#.

Esconda os apps de bancos

Ainda tem aquele aparelho antigo? Pode ser uma opção usá-lo como “celular do Pix”, que nada mais é que um telefone deixado em casa com os apps usados para transações bancárias. Esse aparelho também seria o mais seguro para cadastrar o e-mail de recuperação de outras contas e serviços sensíveis.

Para quem usa tudo no aparelho do dia a dia, observe que alguns apps de banco oferecem o “Modo Rua”. Nesta, ferramenta é cadastrada uma rede wi-fi confiável e é limitado o valor das transações ao se sair dela. Os sistemas mais novos contam com as chamadas “pastas seguras”, que ficam escondidas no aparelho e pedem nova autenticação para acesso. Outra dica é nomear uma pasta como “jogos”, e colocar os apps de bancos “camuflados” lá dentro.

Não esqueça de fazer backup

Para preservar fotos, arquivos e contatos, faça cópias de segurança. Nas contas de Google, Apple, Samsung, WhatsApp, entre outras, é possível ativar a opção de backup automático na nuvem. Atenção ao limite gratuito disponível, pode ser preciso comprar espaço para armazenamento. Outra opção é o backup no computador. Basta conectar os dispositivos, via cabo, e seguir a orientação do fabricante.

Seguro pode ser alternativa

Contratar um seguro para o celular pode ser opção em alguns casos. Vai depender da possibilidade do usuário pagar o serviço, claro, e da reflexão se vale ou não a pena, tendo em conta o valor de um novo aparelho. Há opções a partir de R$ 9,90 no mercado, mas é importante prestar atenção nas situações asseguradas e na cobertura dos valores.

*Estagiário sob supervisão de Luciana Casemiro