Uma nova modalidade de golpe virtual tem se popularizado rapidamente e chamado a atenção de usuários e autoridades. Conhecido como “Mão Fantasma”, a fraude chega a ser cruel, permitido que a vítima veja sua conta bancária sendo esvaziada em tempo real. A popularização deste tipo de crime, que envolve a instalação de aplicativos falsos, tem feito com que os bancos precisem alertar seus clientes.

A fraude é bastante sofisticada, nela, o fraudador instala um aplicativo de acesso remoto no smartphone da vítima. A instalação ocorre após campanhas de phishing, em que os correntistas dos bancos são convencidos a realizar uma atualização falsa dos aplicativos de seus bancos, ou instalarem plugins adicionais falsos, que seriam para aumentar a segurança dessas aplicações.

Fraudadores são bastante convincentes

Outra tática envolve o chamado chamado vishing, ou phishing de voz, em que os criminosos simulam uma central telefônica falsa, fingem trabalhar nos bancos em que as vítimas têm conta e alertam sobre uma transação que nunca aconteceu. Depois disso, enviam um link para instalação deste mesmo aplicativo, sob o mesmo pretexto, de que seria uma proteção adicional para a conta bancária.

O golpe da mão fantasma se efetiva quando a vítima é convencida de que o contato por e-mail, SMS ou telefone realmente foi feito pelo banco e instala a aplicação falsa no smartphone. Para isso, o contato é bastante realista, com simulações que chegam a envolver o som ambiente de um call center e até a transferência da ligação para outras pessoas, que seriam de outros setores, para aumentar a credibilidade da fraude.

Estes aplicativos fraudulentos permitem que os criminosos vejam os smartphones das vítimas em tempo real, e até mesmo gerencie algumas telas e aplicativos remotamente. Em geral, as vítimas notam um comportamento estranho nos aparelhos, com alguns aplicativos abrindo sozinhos. Esse acesso abre a possibilidade de transferências de valores, pagamento de boletos falsos e até solicitações de empréstimos.

Bancos estão em alerta

A popularização do golpe da mão fantasma fez com que o Banco do Brasil preparasse um material especial, com uma série de orientações, a respeito deste tipo de fraude. A instituição reforçou que não solicita a instalação de nenhum aplicativo além do app oficial do banco. Além disso, não tem a prática de enviar links para seus clientes, e todos os apps do banco devem ser encontrados nas lojas oficiais do Android e do iPhone.

A Federação Brasileira dos Brancos (Febraban), por sua vez, emitiu um comunicado informando que os aplicativos oficiais dos bancos já são, por si só, bastante seguros. Segundo a entidade, não há nenhum registro de violações de segurança registrados nesses apps, não sendo necessária a instalação de nenhuma aplicação adicional para aumentar a segurança desses softwares.

Como se proteger

Pata evitar cair no golpe da “Mão Fantasma”, é importante ter em mente que os bancos nunca entram em contato solicitando a instalação de aplicativos ou enviam links para seus clientes sem que eles tenham pedido. Na dúvida, entre você mesmo em contato com seu banco pelo número de telefone que fica atrás do seu cartão ou compareça à sua agência para obter esclarecimentos.

Sempre que receber ligações, evite ser levado pela emoção, os golpistas colocam um senso de urgência para que a vítima fique preocupada e faça tudo que ele quiser. Hoje, os aplicativos dos principais bancos permitem que as sejam acompanhadas em tempo real, caso o golpista cite uma transação falsa, verifique no app se realmente houve aquela tentativa.

Mesmo que a transação não tenha sido aprovada, o usuário poderá ver no aplicativo que houve a tentativa caso se trate de uma transação real. Se ao abrir o app, não constar nada, é um sinal de que isso pode ser um golpe. Além disso, nunca instale aplicativos com links recebidos por SMS, e-mail ou WhatsApp, tudo que seu banco precisa que você tenha será encontrado nas lojas oficiais do Android e da Apple.

Sempre utilize a autenticação de dois fatores para autorização de transações. Em geral, além da senha, também será solicitado algum dado biométrico, como a face ou a impressão digital. E se já tiver sido vítima do golpe da “Mão Fantasma” ou de qualquer outra fraude financeira, procure uma delegacia, se possível, especializada em crimes digitais, e registre um boletim de ocorrência.

Fonte: Jornal Extra